segunda-feira, 1 de maio de 2017

Rota das Cachoeiras: Um Lugar Para Ser Sentido (Corupá)


Após o início da trilha, além dos decks, das pontes e dos caminhos de pedras, nada mais vem da mão do homem. Pode-se dizer que quase a totalidade do que se vê é natureza pura. 


Nada de sons maquinais, nada de correrias, nada de pressão; a única fumaça presente é formada pelas gotículas que o vento cuidadosamente traz diretamente das quedas d'água. 


E quem consegue parar as águas que descem com imensa força? Elas estão por toda parte neste santuário. A vida neste lugar é intensa. Ela é sentida no balanço das folhas, na canção das corredeiras, no voo das borboletas e nas pedras que mesmo pisoteadas continuam lá... paradas, mas cheias de vida. 


"Os mesmos entes que habitam e constroem a realidade quântica - as partículas, as energias, os princípios e as leis - habitam e constroem o fundamento físico essencial do mundo onde vivemos. Esses entes existem na pedra, no barro, nos vegetais, nos insetos, no fio de cabelo, nas estrelas, nas galáxias..."¹ 


Em pouco tempo de caminhada as lembranças relacionadas às obrigações do cotidiano vão ficando para trás. Nada mais incomoda, nada mais importa. 


O oxigênio que invade os pulmões e rega as veias, renova as energias e parece provocar um rejuvenescimento tornando possível continuar os 2.900 metros com suas subidas íngremes. 


O desafio aos joelhos e ligamentos é amenizado pelo incentivo dos pássaros que se revezam em suas melodias. As várias formas e tons de cores são outros constantes estimulantes. 


Os pesos que se trazem consigo vão abandonando o corpo um a um, e a leveza de uma folha que desce dançando pelo ar é o que sente a alma. Parece impossível terminar o percurso e não se sentir positivamente diferente. 


Os mais atentos vão perceber que a cada passo dado em direção às alturas, o cansaço do corpo físico que aumenta é compensado pela energia adquirida pelo espírito. 


Ao final, retorna-se ao ponto de partida tão renovado, que as dores trazidas pelo corpo não passam de pequenas lembranças da experiência recém realizada.

Segue vídeo da última queda:



Referência:

1 - Osny Ramos. A Física Quântica em Nossa Vida. Blumenau. Odorizzi. 2008.

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